quarta-feira, 23 de junho de 2010

Crônica


OLIMPIADA DE LÍNGUA PORTUGUESA

O que é:

->Cronicas são relatos simples, história verídicas contadas de forma simples.

Onde podemos encontrar:

->As cronicas são facilmente encontradas em;
jornais, livros, revistas, enfim no dia a dia...

Exemplo de cronica:

REALIZAR UM SONHO NÃO TEM PREÇO QUANDO SEU PAI TEM UM MASTERCARD >> Clara Braga

Sábado de manhã, céu super azul, um dia lindo como há muito eu não via. Não tinha como não ser um dia perfeito para que eu realizasse um dos meus incontáveis sonhos.

Acordei meio tarde, como normalmente acontecia antes de eu começar a trabalhar aos sábados, tomei aquele banho para acordar e comecei a me arrumar. Coloquei uma roupa bem fresca para aguentar o calor do dia que seria longo e fui para o tão famoso almoço em família. Esse era um almoço especial, pois minha vó estava indo passar um mês na Europa, então queria se despedir, não sabia como iria ficar um mês sem ver as filhas e os netos. No almoço era aquela bagunça, todo mundo anotando as encomendas no guardanapo, e minha vó, coitada, se perguntando como ela ia fazer pra dar conta de carregar aquilo tudo, parecia que todo mundo tinha esquecido que ela — mesmo não parecendo — já era uma senhora de idade.

Apesar de sermos só 4 aqui em casa, tivemos que ir em dois carros, pois eu teria que almoçar rapidinho e sair correndo para ensaiar com a minha banda, não ia poder ficar para a famosa fofocaiada pós-almoço. Como eu, sempre enrolada, fui a última a terminar de me arrumar, minha mãe e meu irmão foram na frente para buscar minha vó e meu pai ficou esperando, extremamente impaciente, eu terminar de me arrumar, assim ele poderia me ajudar a carregar algumas coisas da minha bateria até o carro.

Assim que entramos em meu carro e eu dei a partida, o ponteiro da gasolina mal subiu. Eu tinha que ir para muito longe, não tinha outra opção, eu teria que abastecer, e esse foi o momento em que eu me toquei de que poderia estar perto de realizar um dos meus sonhos.

Fiz um certo charme pro meu pai, falei que eu era uma estudante até então desempregada, não tinha como manter meu carro sozinha, gasolina estava cara e como eu divido carro com minha mãe, espero sempre ela abastecer para usar, mas naquele dia não teria jeito: ou eu usava meu dinheiro quase inexistente ou contava com a boa vontade do papai.

Pai que é pai pode até fazer cara feia, mas no fundo não resiste a um bom charme cheio de argumentos. Quando ele disse: "Sim, eu encho o tanque do seu carro, minha filha", meu coração disparou e eu percebi que era verdade, eu estava mesmo muito perto de realizar um dos sonhos que eu só achei que realizaria quando fosse muito, muito rica, ou seja, nunca!

Em poucos minutos, eu já estava no posto, o que era muito importante, afinal, se demorasse, podia ser que a gente tivesse que empurrar um carro com uma bateria dentro até o posto. Quando o frentista começou a caminhar em direção ao meu carro, eu me via naquelas cenas de filme hollywoodiano em que tudo acontece em câmera lenta: ele vinha andando calmamente, segurando aquela flanelinha na mão, enquanto eu ia tirando a chave da ignição para entregar a ele. Já sentia o meu momento acontecendo, aquela palavra que eu sempre quis dizer e nunca pude já estava quase pulando para fora da minha boca, meu coração batia cada vez mais rápido, estava mesmo acontecendo! Quando o frentista chegou ao lado do meu carro e disse: "Boa tarde, vai botar quanto?", eu entreguei a chave a ele, tendo sempre em mente que o cartão que ia passar não era o meu, então sem titubear eu disse a famosa palavra que eu sempre quis dizer em um posto e nunca cheguei perto de dizer: COMPLETA!

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